13° Capt.
No dia seguinte Julia vai até a rua em que morava para perguntar aos moradores se os filhos ainda estavam lá.
Julia: Moça, você conhece o Rafael e a Rafaela?
Nica: Conheço sim senhora. A casa deles é aquela ali.
Nica aponta para a ex-casa de Julia.
Julia: Muito obrigada!
Ela segue até a casa, respira fundo e pensa alto.
Julia: Será que eles vão me receber com carinho ou revolta? Mãe é sempre mãe, vou ir em frente.
Ela bate na porta.
Dentro da casa.
Rafael: Rafaela, coloca os pratos na mesa que deve ser a pizza.
Ele abre a porta, se depara com a mãe e os dois se assustam.
Rafael: Dona, desculpe ter te roubado! Por favor, não me entregue! Como você me achou? A polícia está aí não está?
Julia: Você... Como pôde...
Rafaela: O que está acontecendo maninho?
Julia: Meu Deus, você é linda!
Rafael: É minha irmã moça, se você me prender ela vai ter que ir pro orfanato. Não faça isso, eu lhe imploro!
Julia: Eu vim aqui por outro motivo... Não esperava que fosse você, porque faz aquilo com as pessoas? Eu não ligava pra aquele dinheiro, mas e se fosse uma pessoa pobre que suou para ganhar o dinheirinho e iria pagar uma conta? Essa pessoa estaria ferrada.
Rafael: Você veio até a minha casa para me dar lição de moral?
Rafaela: Moça, por favor, não prende meu irmão.
Julia: Não vou prender ninguém, meus filhos.
Rafael: Você... O que você está fazendo na nossa casa? Vai embora!
Julia: Por favor, me deixem ao menos dar um abraço em vocês!
Rafaela: Eu não quero seu abraço! Meu irmão me contou que você nos abandonou aqui!
Rafael: Vai embora logo! Eu tive que parar de estudar e comecei a roubar para conseguir alimento! Você é a última pessoa que pode me dar lição! Largou-me ainda moleque com uma criança, consegui cuidar dela sozinho e roubava o suficiente pra nos manter vivos! Era pra estarmos mortos!
Julia: Eu era muito nova, não tinha juízo!
Rafael: E eu tinha menos ainda, como cuidaria de uma criança?! Nunca precisamos de ninguém para sobreviver, vai embora!
Julia leva uma portada na cara e vai embora chorando.
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